No dia 31 de maio é comemorado o DIA MUNDIAL SEM TABACO. Pode parecer uma chatice falar disso
novamente, mas ainda vemos muitos jovens, principalmente mulheres fumando
desajeitadamente, como se fosse a sua libertação, sua afirmação na sua tribo.
Pesquisa da Soc. Bras. de Cardiologia (Vox Populi), feita com 1.200 pessoas em
70 cidades brasileiras concluiu algo surpreendente, existe uma relação direta
entre o tabaco e a pobreza. No grupo dos fumantes 46,8% recebem entre um e
cinco salários mínimos, 24,5% até um mínimo, 14,5% entre 5 e 10 mínimos e 14,1%
acima de 10 salários. Com relação à escolaridade, 34,6% são analfabetos ou têm
até o 4º ano do ensino fundamental, 36,8% dos fumantes têm até o 8º do
fundamental, 21,2% têm até o ensino médio e 7,4% curso superior. A concentração
de fumantes é maior entre as pessoas com menos de oito anos de estudo do que
entre pessoas com oito ou mais anos de estudo.
Outra pesquisa, agora da Sociedade de Cardiologia do Estado
de SP (Datafolha), apontou que 95% dos cidadãos têm total consciência de que
fumar é um fator de risco para complicações cardíacas. Portanto, a alta taxa de
fumantes só se explica pela dependência e pelos fatores comportamentais que
dificultam o abandono do cigarro. É nesse quadro que a orientação médica/psicológica
assume ainda maior importância, já que um tratamento adequado aumenta
consideravelmente as chances de largar o cigarro.
Efeitos do tabaco no
corpo humano
A nicotina causa dependência e promove um efeito psicoativo,
ou seja, altera o estado físico (dependência física), emocional (dependência
psicológica) e altera o comportamento (situações associadas ao cigarro) em oito
segundos após ser inalado, porque a maior absorção ocorre pela mucosa bucal
(atenção quem não traga). Não custa relembrar os efeitos pesados do cigarro,
ele é responsável por 90% das mortes por câncer de pulmão, 25% dos infartos do
miocárdio, 85% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), 25%
dos óbitos por derrame cerebral e boa parte das úlceras do estômago e impotência
sexual masculina. No Brasil, estima-se que, a cada ano, 200 mil cidadãos morrem
precocemente devido às doenças causadas pelo fumo (Organização Pan-Americana da
Saúde - OPAS, 2002).
Estudo interessante e curioso demonstrou que cigarros de
altos teores favorecem o surgimento do câncer de pulmão, da mama, do estômago e
da bexiga enquanto que os cigarros de baixos teores causam infarto do
miocárdio, derrame cerebral, isquemia das pernas (falta de irrigação sanguínea)
e a consequente gangrena, além da impotência sexual por isquemia das artérias
genitais. Essas complicações vão se manifestar a partir de 15 a 20 anos de
tabagismo, de 10 a 20 cigarros por dia. Com o abandono do vício a melhora geral
se inicia em horas e o risco das doenças apontadas, vai diminuir
progressivamente ao longo dos anos.
Pela Organização Mundial de Saúde, o tabaco faz mal em
qualquer forma de apresentação. Uma sessão de "narguilé" -
equipamento árabe que se fuma por meio de um tubo flexível e que muitas pessoas
acham saudável - equivale a fumar 100 cigarros em uma hora! A prática já foi
proibida para menores em São Paulo.
A importância da
atividade física para abandonar o tabagismo
“Quem pratica esporte, não costuma fumar” é uma afirmação
antiga e tem um fundo de verdade. Se estiver motivado a parar de fumar marque
uma data, use material de autoajuda, tome atitudes e hábitos de vida saudáveis,
inicie Atividade Física regular: Caminhar de dois a três quilômetros em 30
minutos, quatro vezes por semana, de atividades físicas das modalidades
aeróbias, e duas vezes por semana, de fortalecimento muscular por 30 minutos. O
incentivo para atividades esportivas, principalmente as coletivas, nas crianças
e adolescentes, é altamente motivacional para afastá-las do tabagismo e outros
vícios mais graves.
Matéria: Globo.com